quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

SER DE PAZ

Sou de paz
Da paz que se faz com atitudes
Virtudes incondicionais
Uma paz que insiste em renascer
E renasce no viver
No eclodir do fundo da terra
Rompendo o solo denso
Corrompendo o ar que respiro

Aspiro estas saudades
Que sejam eternidades
Que naveguem as tempestades
A fúria dos ventos velejem
Mas cheguem ao destino
Com intensidade

Sou carente
Semente que regada
Consente a chegada
De todos os bens
Dos que tenho
Dos que não tenho
Mas sou celeiro
De bondade

Realidade que cultivo
Sem medo
Sem receio de perder
Nem sei por que
Nem sei como

Nada me faz
Cobrar
Cobrar
Cobrar

Tudo me faz…

Orar
E orando
Somente

Olhando
Sempre
Em frente

Agradecer e rezar
Sempre
Sempre
Sempre...

Sou incapaz
De cobrar
Pelo que dou
Pelo que sou
Pelo que fiz
Pelo que faço
Pelo que farei

Sempre serei
O que agora sou
Hoje
Hoje
Hoje
Eu quero ser
O melhor
O melhor que pode brilhar
No meu ser

Sem incomodar
Sem matar
Sem atar

Desato os nós

Sigo até acabar
Minhas caminhadas
Minha caminhadas
Minha caminhadas
E inicio novamente
Com a semente da paz
que se regada satisfaz o amor

Faço
Simplesmente
Porque faço

Sem apontar
Sem esperar
Sem interpretar

Sem desejar a gratidão
A ação de quem fez
Sem dizer o que fiz
Sem anunciar quem a mim diz

Não aponto
Não confronto
Não afronto
Não desaponto

Não por querer
Mas por saber
Que
Sofrer
É julgar

Não julgo
Não invento
Não te olho como excremento
Vivo o momento
Olho no olhar

Vivo hoje
O agora
O estar

Meu passado passou
Meu futuro ainda não chegou
E quando chegar já não mais é
Já não mais será
Vira passado com um piscar

Quem me julga
Quem aponta meus erros
Quem me mata
Que me desata
Não sei…
Não quero saber

Meus nós
Estão sós
Guardados
Sem dados
Deletados da mente

Espero em Deus
Que os meus
Saibam saborear
Tudo o que ilumina a mente
que sejam semente
De amar



Álvaro de Oliveira Neto
Fortaleza 31.12.2014