Caminhando
Sem rumo
Pela cidade
Onde moro
No
meu bairro
Sem
capacidade
De
contestar
O que olho
E vejo
Somente
Na
minha frente
Nos
lados a rodear
Por
todos os meus rumos
E
prumos
Uma floresta
Fria
Sem resta de luz
De concreto indiscreto
De fios trançando no espaço
De
aço
Sem regaço
Para
a fauna
Para
a flora
Símbolos
Do
Progresso
Excesso!
Vejo-me no
Silêncio
frio
Que
fere o meu coração
Apunhala
a minha alma
Mata-me
sem uma canção
Sem a canção
Dos
pássaros
Afugentados
Na
colisão
Do
presente
Com
o passado
Lembro-me
Chorando
A
Alma
Quente
Que
Implora
A hora
Os cajueirais
Os calangos
Os manguezais
Os gatos trançando nos quintais
O gorjear dos passarinhos
Construíndo
Seus ninhos
Nos troncos do cajueiro
Do o Jumento
A pastar
Na rua de calçamento
Da aranha caranguejeira
Que um dia
Caiu do telhado sem forro
No peito
Do meu pai
E
foi-se!
Foi-se
tudo
Que
guardo na memória!
É difícil ver
Tantos sólidos
Calados
Mal definidos
Fios alados
Construídos
Em todo lugar
Sem organização
E difícil
Não chorar
O verde da cidade
A fauna e a flora
Subtraídos
Sem identidade
Sem respeito
Sem leito a compensar...
Foi-se o meu sonhar!
Alvaro de Oliveira
Fortaleza, 21/10/2012