O fogo queima
Transforma em brasa
Chamas
Que incendeiam
Minha alma
Centelhas
Povoam
Minha
Mente
Todo o meu ser
Quero
Falar
Dizer
Informar
Contar
Do
viver
O fogo queima e consome
O meu falar
Nada sei
Não sei falar
Não sei contar
Não sei reclamar
Clamar!
Como
Posso...
Somente minha mente
Quente
Fala desenvolta
Escuta com revolta
Enxerga centelhas no ar
Brincando de olhar
Olhares
Que me olham
Olhares
Que me interrogam
Olhares
Que me queimam
Luzes escuras
Que penetram
O meu ser
Somente
Perturbam
Meu viver
Luzes
escuras
Luzes
escuras
Luzes
escuras
Interrogam-me
Prorrogam
Não sei porque
Os meus dias
Escuros
Mente
escura
Mente
escura
Mente
escura
As centelhas
Morrem
Antes de nascer
Quero dizer
Das centelhas
Mas não consigo
Quero ver
As centelhas
Mas não enxergo
Quero falar
Com as centelhas
Mas não tenho voz
Voz
Que
Cala
Cala
Cala
Quem são as centelhas
Que não calam
Minha alma
Quem são as centelhas
Que me deixam
Sem calma
Quem são as centelhas
Que me olham
Que conspiram
Que morrem
No nascer
Desaparecem para sempre
Como centelhas
Matam-me
Como centelhas
Por que
Manter
Esta chama acesa?
A centelha
Some
No ar...
O Alzhaimer consome a vida...
A vida que te fez crescer
A vida que te fez viver intensamente
A vida que te deu alegrias
Avida que te fez feliz
A vida que te fez semente
E te frutificou como santo
Os santos existem!
Alvaro de Oliveira
Fortaleza, 23/09/2012