CONTRASTES
Quando eu era
criança
Brincava
De empinar
arraia
No areal
Do campo do América.
Tempo
de paz
De
alegria
De
festas
Tempos
inocentes
Sem
violência
Sem
arestas
Era lindo o
lancear
O jogo do
corte.
O acercar da
criançada
Eu ficava
deslumbrado
A me imaginar
O melhor.
Nada
sabíamos
Da
desumana
Competição
de hoje
No
campo do vicio
Alucinação
Todas com
cerol,
Coloridas,
Cortando o
azul do céu,
Buscando
ganhar
A competição.
Estático,
Com o coração
na mão,
Impressionava-me
Tanta
habilidade.
De
arma em punho
Crianças
sem comunhão
Pobres
sem distração
Sem
escola
Ameaçam
suas vidas
A
troco da pedra
Vida
cão
Cheirando
cola
Os negrinhos
da favela
Amostravam-se
No lanceio,
Faziam
demonstração,
Era uma
desconstrução total
No céu
qualhado de arraias
Em
bando
Assaltam
Se
drogam
Matam
Morrem
Sem
inocência nem infância
São
bichos
São
avião
Eram os
melhores.
Ameaçavam os
mais tímidos,
E quando uma
arraia cortava,
Em bando
A criançada
Corria,
Gritava,
Atravessavam
o quarteirão,
Entravam no
quintal,
Era de quem
pegasse,
Era do mais
forte.
Não
existe forte nem fraco
Existe
a bala
A
droga
O
vicio que não fala
O
medo
De
quem trabalha
A
autoridade que não age
E
o trabuco que cala
Chorando
O perdedor
Pedia, em
vão,
A sua arraia
colorida
Sem volta.
Chorando
Mães
sofrem
Sem
saber a quem pedir
Sem
filho
Sem
volta
Alvaro Oliveira
21/01/12
Alvaro Oliveira
21/01/12
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