Que mundo é este?
Que entre ferros retorcidos
Comemora a morte
Dos inocentes
Planeja a dor
Dos oprimidos
Esquece seus filhos
Morre por dentro
Aquece no entardecer
Apodrece no amanhecer
Que mundo é este?
Que abandona os que sentem
fome
Extermina os que não têm
nome
Mata os que sentem sede
Esconde-se do passado
Dos humilhados
Para escolher aos milhares
Os culpados
Culpados!
Que nunca souberam
Porque irão morrer
Remir os seus pecados
Trocados pelo poder
Que mundo é este?
Que deixa o irmão sem terra
Na terra onde nasceu
Que faz sua paz na guerra
Que o povo não escolheu
Morrendo sem perceber
Que todo o seu viver
É um ato do desapego
A um passado sem recado
A um futuro sem entardecer
Que mundo é este?
De abutres
Que usa as crianças
Na guerra
Vive da cobiça
De todas as terras
Do querer mais
Sempre mais!
Rastejam como serpentes
Correntes de rios de fogo
Jogo
Sangue que jorra
Bomba que cai
Dor
A matar,
A morrer...
Que mundo é este?
Que morre a todo segundo
Imundo
Da chantagem
Da grilagem
Do terror
Opressor do pobre
Agressor da liberdade
Consome a verdade
Não perdoa a própria cor
Que mundo é este?
Sem limites!
Que não sabe do sol que
brilha
Do luar
Da estrela guia
Do vento a soprar
Do frescor da aurora
Da fonte de água viva
Do canto do pássaro
Da criança sorrindo
Da flor se abrindo
Da semente explodindo
Do amor contemplado
Da felicidade, que traz
A paz do entardecer...
Que mundo é este?
Sem Deus!
Alvaro de Oliveira
Orlando, 29/03/2012
Esta Poesia compus em 11/09/2001
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