Sinal vermelho
Olhar vazio
Cabeça quente
Noite de frio
Um dia de fome
Sem nome
Faminto!
Minto se digo que
olhei
Se me entreguei
Ou dissimulei o mal
estar
Família
Que família?
Sem chão
Sem parede
Sem comunhão
Esquecido
Maldito
O dito que não se fez
No mural da orgia
Sem ponte
Para o sofrer
Imponente
O sol brilha
Ilumina
A riqueza
Esperteza
Mulher parindo
Filhos do mundo
Imundos
Criança morrendo
Gemendo
No ventre sem luz
Sem sentimentos
Sem alento
O que comer?
A que conduz
Estes lamentos
Esta canção de desamor?
Horror humano
Escoria da vida
Sem saber
Dos seus direitos
Nem do dever
De haver um sentimento
Lamento
De uma nação
Escopo da vida
Na dor de viver
Gente esquecida
Excluída
Do ter ou não ter
Mente demente
Coração ferido
Partido
Por não conhecer
A sorte da corte
No corte do açoite
Seu corpo a sangrar
Amargo viver
Decomposição no nascer
Excremento humano
Desengano
Ponho-me a dizer:
Que ledo engano!
Melhor esquecer
Drogas
Fome
Sem nome
Vagando na noite
Olhar sem horizontes
Desmonte
Da arma sacou
Socou o ar
Seguiu sem amar
À luz do sinal
Um estampido!
Sinal vermelho
Sangue no asfalto
Grito de dor
Grito de fome
Falta de amor
Alvaro Oliveira
Fortaleza, 12/3/2012
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